Desenvolvimento da literacia em saúde para a prevenção e controle de doenças não transmissíveis

Desenvolvimento da literacia em saúde para a prevenção e controle de doenças não transmissíveis

Uma perspetiva globalmente relevante (vol. 2, WHO)

The burden caused by the epidemic of noncommunicable diseases (NCDs) and mental health conditions and their modifiable risk factors on people, communities and economies is a major challenge to health, well-being and sustainable and equitable development. Governments need to address the urgency of investing in healthy populations and resilient health systems, with increased investments in prevention, screening, early diagnosis and appropriate treatment for NCDs. They must do so through inclusive, contextual and equity-driven strategies that are fit for local purposes and with a commitment to leaving no one behind.

WHO Director-General – Tedros Adhanom Ghebreyesus, 2022

O ônus causado pela epidemia de doenças não transmissíveis doenças (DNTs) e condições de saúde mental e seus fatores de risco modificáveis em pessoas, comunidades e economias é um grande desafio para a saúde, bem-estar e desenvolvimento sustentável e equitativo. Os governos precisam para abordar a urgência de investir em populações saudáveis e sistemas de saúde resilientes, com maiores investimentos na prevenção, triagem, diagnóstico precoce e tratamento para DCNT. Devem fazê-lo através de programas inclusivos, estratégias contextuais e orientadas para a equidade que são adequadas para propósitos e com o compromisso de não deixar ninguém para trás.

Uma perspetiva globalmente relevante da literacia em saúde.

Uma perspetiva globalmente relevante da literacia em saúde reconhece as diversas formas pelas quais o conhecimento é produzido, transferido, trocado e usado em diferentes países, culturas e ambientes ao redor do mundo, especialmente como o conhecimento se acumula nas famílias, comunidades e sociedades por meio de atividades diárias, muitas vezes comunitárias e interações sociais dentro desses diversos ambientes. Essa perspetiva reconhece que estratégias diferentes quase certamente serão necessárias em diferentes culturas e ambientes, e que é necessário um envolvimento profundo com as comunidades locais para desenvolver as estratégias mais apropriadas. Literacia em saúde representa o conhecimento e as competências pessoais que se acumulam através das atividades diárias e interações sociais e através das gerações. O conhecimento e as competências pessoais são mediados pelas estruturas organizacionais e pela disponibilidade de recursos que permitem às pessoas aceder, entender, avaliar e usar informações e serviços de forma a promover e manter boa saúde e bem-estar para si e para os que estão ao seu redor.

Neste relatório da OMS, quatro facetas diferentes da literacia em saúde são exploradas: literacia em saúde da comunidade, literacia em saúde, literacia em saúde de um indivíduo, e capacidade de resposta à literacia em saúde. Distingui-las é importante quando se quer assumir uma perspetiva globalmente relevante sobre literacia em saúde com o propósito de melhorar a saúde e a equidade em diversos contextos.

Literacia em saúde comunitária

Refere-se a ativos relacionados à literacia em saúde (conhecimento, recursos, habilidades), incluindo:

  • conhecimento das pessoas da comunidade;
  • até que ponto o conhecimento é confiável, circula e é adaptado livremente em uma comunidade;
  • costumes de promoção da saúde incorporados em crenças e normas culturais e nas práticas tradicionais ou emergentes da vida diária;
  • relações entre a comunidade e fontes externas de formação.

Conversas e interações familiares, de pares e da comunidade são centrais para determinar a literacia em saúde da comunidade, comportamentos e resultados.

Desenvolvimento da literacia em saúde

Refere-se às formas como os trabalhadores, serviços, sistemas e organizações e formuladores de políticas (em setores governamentais e por meio de políticas públicas intersetoriais) constroem o conhecimento, a confiança e conforto de indivíduos, famílias, grupos e comunidades através ambientes facilitadores. Ambientes facilitadores dão suporte às pessoas para aceder, entender, avaliar, lembrar e usar informações sobre saúde e cuidados de saúde, por meio de comunicação verbal, escrita, digital e outros canais e recursos sociais, para a saúde e o bem-estar a si mesmos e dos que os cercam, dentro das circunstâncias e exigências do seu dia-a-dia.

Literacia em saúde de um indivíduo

Numa perspetiva globalmente relevante, a literacia é o conhecimento, confiança e conforto que as pessoas acumulam no dia-a-dia através de atividades e interações sociais e que se transmitem por diversas gerações – para aceder, compreender, avaliar, lembrar e usar informações sobre saúde e cuidados de saúde, para a saúde e bem-estar de si mesmos e daqueles ao seu redor.

Capacidade de resposta de literacia em saúde

Refere-se ao quanto os profissionais de saúde, serviços, sistemas, organizações e formuladores de políticas (em setores governamentais e por meio de políticas públicas intersetoriais) reconhecem e acomodam as diversas tradições e os pontos fortes, as necessidades e as preferências relativos à literacia em saúde, para criar ambientes favoráveis que otimizem o acesso equitativo e o envolvimento com informações e serviços de saúde e de apoio para a saúde e bem-estar, de indivíduos, famílias, grupos e comunidades.

Fonte: (Health literacy development for the prevention and control of noncommunicable diseases. Volume 1. Overview – Volume 2. A globally relevant perspective – Volume 3. Recommended actions – Volume 4. Case studies from WHO National Health Literacy Demonstration Projects) ISBN 978-92-4-005535-3 (electronic version) ISBN 978-92-4-005536-0 (print version) © World Health Organization 2022.

(extratos traduzidos e adaptados por Isabel Fragoeiro, vol. 2, pp. IX -X)

ORSM

Os comentários estão fechados.

Proudly powered by WordPress | Theme: Stacy by SpiceThemes